JUVENIS: Bobadelense 7 - 2 Águias de Camarate

Quem olha para o resultado do nosso último encontro pensa, com toda a lógica, que a nossa equipa foi muito inferior. Mas, na minha opinião, e destaco, na minha opinião, não é verdade. Destaco o facto de ser a minha opinião pois o futebol tem várias interpretações -e daí o futebol ser muito rico-, mas o que se passou no jogo foi uma equipa muito mais forte e outra equipa com individualidades mais fortes. O mérito do Bobadelense ter ganho por 5 golos de diferença ninguém o pode tirar e tem todo o mérito. Agora tendo em conta os objectivos da equipa técnica (e os atletas sabem quais são) o nosso jogo foi muito mais rico do que o do adversário, mais trabalhado, mais adulto, com muito mais bola, com jogadas bonitas, diria, com um futebol atractivo e que, quem gosta de bom futebol gosta de ver a nossa equipa jogar. Isto na minha opinião é um futebol de formação. E não vamos mais longe, nas 1ª Jornadas Técnico-cientificas do ISCE, discutia-se esta questão do futebol directo na formação, e aí não fui eu que levantei essa questão. NA MINHA OPINIÃO, o futebol é extremamente complexo e com inúmeras condicionantes, e limitarmos os nossos atletas a um tipo de jogada ou a um tipo de jogo com um grau de de exigência limitado, no que diz respeito ás experiências dos atletas dentro do jogo, estamos de certo modo a limitar a sua formação. E num jogo há tantas coisas que condicionam o rendimento do atleta! Ao encontro do que disse anteriormente, recupero uma definição muito simples dada por Jean Piaget, este diz-nos que a inteligência é a capacidade de adaptação, num jogo de futebol os nossos atletas estão em constante adaptação, e como consequência são obrigados a pensar e a ser inteligentes. Não podemos limitar o pensamento dos nossos atletas. Bem, isto tudo para acalmar alguns adultos que possam estar neste momento ou futuramente preocupados. Aliás, desde já dou os parabéns aos nossos pais pela atitude pois sei que não é fácil perder e nunca (ouvi) criticarem a nossa equipa.
Bem deixemos-nos de teorias, e tenho a dizer que a nossa equipa tem que ser mais matreira e tem que deixar sair cá para fora a paixão pelo o futebol. A nossa maneira de jogar tem que ser acompanhada por uma paixão e acima de tudo tem que ser acompanhada por uma vontade de querer mostrar essa paixão e garra dentro de campo. Uma equipa do Camarate não pode ser tão passiva, TEMOS QUE SER MAIORES!
Tenho a certeza que esta questão vai melhorar e que isso vai trazer-nos muitas vitórias, e acima de tudo muitas ALEGRIAS, e um dia todos nós vamos relembrar esta equipa com uma boa saudade!!

Texto elaborado por Mário Reis, Treinador de Juvenis do Águias de Camarate.