domingo, 3 de julho de 2011

Periodização Táctica por Mário Reis

O nosso treinador de juvenis Mário Reis, participou nas I Jornadas Técnico-Científicas de Futebol do ISCE, elaborando um artigo sobre o actual tema Periodização Táctica. Num evento em que participaram personalidades como Stefan Schwars (ex-atleta do Benfica), Pedro Henriques (ex Árbitro de Futebol), Jorge Castelo, Mitchell van der Gaag (ex-atleta do Marítimo e treinador), entre outros, cabe ao Grupo Desportivo Águias de Camarate congratular o treinador Mário Reis pela participação.
Deixamos também aqui no blog, embora noutro formato, o artigo do Mário Reis:

PERIODIZAÇÃO TÁCTICA


Introdução
O jogo de futebol é muito complexo, o que leva a que haja várias maneiras de o interpretar e, como consquência, diferentes formas de o treinar. O objectivo deste projecto é de dar a conhecer uma forma de ver e interpretar o treino: a Periodização Tácrica.

O que é a periodização Táctica?
A periodização táctica é, segundo Mourinho, (2001) “Aspecto particular da programação, que se relaciona com uma distribuição no tempo, de forma regular, dos comportamentos tácticos de jogo, individuais e colectivos, assim como, a subjacente e progressiva adaptação do jogador e da equipa a nível técnico, físico, cognitivo e psicológico”.

Periodização Convencional Vs Periodização Táctica
A periodização convencional foi desenvolvida por Matveyev tendo em mente o treino de desportos individuais. Vejamos o que Mourinho diz em relação á utulização desta periodização tradicional nos desportos colectivos: “...,em meu entender, uma coisa é um desporto individual com um homem a ser separado para um determinado objectivo e outra é um desporto colectivos onde um homem, por si só, nada vale.” “...porque o homem é um ser completo e , onze homens à procura de um objectivo é completamente diferente de um homem à procura de um objectivo. ” (Mourinho, J. in Oliveira et al. (2006):134) . Vejamos agora na prática as diferenças entre os dois tipos de periodização, usando como exemplo um treino de recuperação: na periodização convencional os treinos de recuperação são corridas de baixa intensidade. Vejamos agora o exemplo que Mourinho dá para o mesmo objectivo: “Por exemplo, no 7x3 que voçês viram, eu dizia aos 3 jogadores em situação defensiva “não quero que vocês corram...estão em recuperação.”...Queria apenas que simulassem uma pressão e que e que a simulassem de uma forma conjunta, com interligação.” (Mourinho, J. in Oliveira et al. (2006):134)


Princípios e Sub-princípios  da Periodização Táctica

Principio da Especificidade: este conceito de espeficidade remte-me à ideia que os exercícios planeados, deverão ser baseados na estrutura do jogo da equipa, na forma de jogar da equipa (Teodorescu, 1977). Assim, percebe-se que todos os momentos do processo serão contextualizados pelo jogar que pretendemos para a equipa, até nos pequenos princípios de jogo dev-se promover a linguagem comum, que o da equipa deve aspirar (Gomes,2006).

Princípio da Alternância Horizontal em Especificidade: Tamarit (2007) afirma que esse princípio é o encarregado de regular a relação existente entre esforço e recuperação. Neste princípio, é necessário que se obedeça a uma alternância horizontal ao nível do tipo de contracção dominante, segundo variáveis como tensão, velocidade e duração da contracção muscular.

Princípio da progressão Completa: A informção transmitida, numa fase inicial, deve ser genarelizada, informação para os atletas terem uma ideia global das ideias do treinador e do modelo de jogo. Depois da assimilição das ideias globais, o treinador deve, agora, detalhar a informação seja ela ao nível técnico ou táctico, para assim, os atletas alcançarem a rentabilização desejada.

Princípio das Propensões: Segundo Tamarit (2007), o princípio das propensões consiste em fazer aparecer um grande número de vezes o que queremos que os nossos jogadores adquiram, provocando assim a repetição sistemática.

Princípio da “desmontagem” e hierarquização dos princípios de jogo: Este princípio basea-se na “simplificação da estrutura complexa do jogo”. O treinador deve aprensentar situações menos complexas para facilitar a aquicisão prática dos objectivos. Segundo Brito (2003) os princípios de jogo são linhas orientadoras básicas que coordenam as atitudes e comportamentos táticos dos jogadores quer no processo ofensivo, quer no processo defensivo, bem como nas transições.

Sub-princípo Descoberta Guiada: Neste caso o treinador é visto como alguém que não impõe as suas ideias mas que “conduz” a equipa. Os atletas ajudam o treinador a decidir aspecto de modelo de jogo, tendo em conta as crenças e dificuldades sentidas pelos atletas em exercícios, treino e no jogo.

Sub-princípio da Liderança: Neste caso o plano de trabalho e as suas linhas orientadoras, devem ser seguidos, de forma rigorosa mas sempre dando a ideia de que todos são parte fundamental no desenrolar do mesmo.

Sub-princípio da intensidade e concentração decisional: Carvalhal (2003) afirma que o treinar com base em intermitências máximas de acordo o modelo de jogo adoptado, vai criar o hábito no organismo de se cansar a realizar este tipo de esforço, mas também em função deste esforço a recuperar mais rapidamente.

Trabalho Realizado Por: Mário Reis; Discente do Instituto Superior de Ciências Educativas -
1º Ano do Curso Educação Física e Desporto

1 comentário:

  1. A entrada deste mister e do seu adjunto, foi uma lufada de ar fresco na formação do camarate. bem haja.

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